A spin-off da Universidade do Minho nasceu em Braga, em 2007, pela iniciativa de três antigos alunos e um professor do Departamento de Biologia da UMinho. Chás, infusões, óleos essenciais, princípios ativos e uma gama própria de ingredientes naturais para aromaterapia e cosmética, são alguns dos produtos que comercializam.

As instalações da NaturalConcepts​ incluem um espaço de produção no Spinpark, em Guimarães e outro dedicado à investigação, no campus de Gualtar, tirando assim o máximo partido da proximidade às comunidades científico-tecnológica e empresarial.

A NÓS Alumni UMinho conversou com Paulo Braga, alumnus do curso de Biologia Aplicada e um dos fundadores da empresa.

Equipa.jpg  Vera Castro, Alberto Dias e Paulo Braga

Como e quando surgiu a NaturalConcepts? 

A NaturalConcepts surgiu em 2007, inicialmente como uma spin-off da Universidade do Minho. Só em Junho de 2008 se tornou numa empresa legalmente constituída. Surgiu da necessidade que sentíamos de potenciar o conhecimento sobre plantas aromáticas e medicinais, acumulado ao longo dos anos no Departamento de Biologia, através da apresentação ao mercado de produtos e serviços de qualidade nesta área. Os promotores do projeto foram 3 ex-alunos de Biologia Aplicada e um professor do Departamento de Biologia, que nos acompanhou no desafio enquanto consultor científico.

Que produtos, marcas e serviços disponibilizam?

 O nosso portfolio de produtos é vasto e diversificado. É constituído por chás, óleos essenciais de grande qualidade, bem como uma gama de ingredientes naturais para aromaterapia e cosmética comercializados sob a marca Folha d'Água. A NaturalConcepts é certificada como Operador em Modo Biológico, pelo que a nossa oferta inclui também produtos oriundos de Agricultura Biológica.

A NaturalConcepts Lda, disponibiliza ainda serviços de desenvolvimento de produtos inovadores, à base de plantas aromáticas e medicinais, em diversas áreas, desde a indústria alimentar à cosmética. Os nossos parceiros obtêm assim soluções personalizadas, de elevada qualidade, e à medida dos seus clientes.

Como são concebidas as ideias para os produtos que comercializam?

No início da empresa apresentamos ao mercado o que pensámos que o mercado procurava, baseados nos nossos próprios gostos. É um erro que muitas empresas fazem no início, sobretudo quando geridas por técnicos da área científica, como era o caso. Percebemos rapidamente que temos de conhecer bem o mercado e adaptar-nos ao que os clientes nos pedem. Hoje em dia baseamo-nos sobretudo no que os clientes nos indicam como necessidade e nas oportunidades que encontramos nos vários mercados. A partir daí testamos fórmulas e concebemos protótipos.

Quais são os principais fatores de diferenciação da empresa?

Desde o início que centramos a nossa diferenciação no conhecimento científico. Trabalhamos em áreas em que o conhecimento popular impera, bem como muitos mitos. Conseguir diferenciar o que a ciência mostra do que é um simples argumento de venda, sem grande fundamento, é muito importante para dar confiança aos nossos clientes.

 O know-how da vossa equipa de trabalho é certamente um fator crucial. Qual é a formação profissional dos vossos colaboradores?

Contamos com colaboradores das áreas de Biologia e da Química. Temos uma boa formação de base e experiência laboratorial acumulada na extração e análise de compostos de plantas. São as áreas fundamentais para a nossa atividade. Mas temos também uma grande abertura para a formação e tivemos já estagiários de várias áreas.

 Atualmente contam com quantos funcionários?

Temos 4 colaboradores nos quadros da empresa.

Estão numa fase de mudança, nomeadamente com entrada de novos membros na equipa e também de presença no mercado? Fale-me um pouco desta nova etapa.

 É uma etapa de renovação, que engloba tudo desde gerência, equipa, conceitos e imagem. É também uma etapa de enorme energia criativa, uma vez que temos o desafio de criar vários novos produtos durante este ano. Será com certeza um 2016 pleno de novidades.

Lançando um olhar sobre o percurso da NaturalConcepts, como avaliam a evolução desde 2007?

Foi um percurso difícil, com muitas alterações de estratégia e até de membros da equipa. Aprendemos muito, às vezes da forma mais difícil. Mas temos agora um conjunto de ferramentas para lidar melhor com o futuro.

Qual o projeto que consideram mais ambicioso ou que vos deu mais gozo desenvolver?

Acho que estamos no meio dele. Temos até vários desafios muito ambiciosos em mãos de momento. Dos projetos do passado penso que foi o primeiro desafio que nos fizeram na área da cosmética. Mas aceitamos e acho que o resultado foi muito bom, uma vez que desenvolvemos dois produtos para a Taipas Termal dos quais temos muito orgulho.

Quais os próximos passos e aspirações para a NaturalConcepts?

Estamos ainda no início. Este ano vamos lançar um nova imagem e conceito nos chás e infusões. Vamos ainda aumentar a nossa oferta na área da Aromaterapia e Cosmética natural. São muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo. O nosso objetivo é criar uma marca reconhecida nas áreas que trabalhamos. Primeiro em Portugal e depois lá fora.

Três dos quatro fundadores da empresa formaram-se em Biologia Aplicada na UMinho. Que importância teve e tem esta instituição no vosso percurso?

 A Licenciatura deu-nos uma base de conhecimento para o que fazemos hoje em dia. A experiência adquirida em laboratório durante o curso foi muito valiosa. Além disso, a Licenciatura permitiu criar uma rede de networking que ainda utilizamos hoje em dia para responder a desafios específicos.

Que tipo de relação é que mantém com a UMinho? Como é a cooperação entre ambas?

Temos uma relação muito próxima com a UMinho, sobretudo com o CITAB-UM (Centro de Investigação e de Tecnologias Agro-Ambientais e Biológicas), do Departamento de Biologia. Recebemos muitas vezes estagiários da Universidade do Minho, cooperamos em projetos comuns e temos acesso privilegiado a laboratórios e equipamentos. Também nos juntamos a muitos eventos que decorrem na UMinho, enquanto organizadores, participantes ou patrocinadores.

Quais as potencialidades dessa cooperação?

A cooperação com a UMinho dá à nossa empresa a possibilidade de trocar know-how com centros de saber, o que é muito importante. Por outro lado, ter a oportunidade participar em eventos científicos aumenta a exposição da empresa e da marca.

O que representa para si ser alumnus da UMinho?

É um motivo de orgulho. Adquiri muitos conhecimentos de base e sobretudo a capacidade de procurar informação e evoluir. Além disso, mantenho uma ligação muito próxima com vários ex-alunos de Biologia Aplicada, não só do meu ano de Licenciatura mas também de anos anteriores e posteriores. Essa rede é muito importante, tanto a nível pessoal como profissional.​


* Artigo da rubrica Ecossistema de Inovação e Empreendedorismo da News​​letter Nós Alumni, desenvolvido em parceria com a TecMinho ​​

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